Romance policial Série: Agatha Christie Referência: 710 Cód.Barras: 9788525417756 ISBN-13: 978.85.254.1775-6 Páginas: 176 Medidas: 10,7 X 17,8 cm Peso: 146 g 1° Edição: junho de 2008
Comentário: Em dezembro de 2007, na área das Letras, eu era apenas um graduando em Letras-Inglês que havia feito uma tradução ainda não publicada. Muitas coisas aconteceram em ritmo quase vertiginoso a partir desse mês. Em primeiro lugar, recebi de uma das editoras da L&PM um e-mail sobre um possível trabalho de tradução. Fui lá e ao ela me mostrar o livro, na hora nem caiu a ficha da relevância do material que me era oferecido. A novelização de Spider's Web! Material inédito de Agatha Christie! Mas, como eu disse, não demonstrei espanto e não me intimidei. Aceitei o desafio de traduzir um trecho como teste. A editora falou em duas, três páginas, eu propus logo traduzir o primeiro capítulo. Prazo? Uma semana. Dito e feito. Senti-me um daqueles jogadores de futebol das equipes de base que, ao serem lançados no time principal, dizem nas entrevistas que vão agarrar a oportunidade com unhas e dentes. Pois foi isso que eu fiz. Naquela semana eu traduzi e revisei obsessivamente aquele primeiro capítulo, dando ênfase para a dinâmica dos diálogos. Afinal, como logo eu pude perceber, essa era a primordial característica da obra. Lancei mão de expressões idiomáticas (traduzi a expressão idiomática "Don't rush my fences" pela nossa "Não me faça colocar o carro na frente dos bois). Cheguei a entrar em pânico depois. Será que na Inglaterra existe ou existiu carro de bois? Pela pesquisa que fiz, felizmente sim. Mas lá eles usam mais o cavalo como animal de tração. Lembro também que havia uma frase horrível do Charles Osborne, cuja tradução literal seria algo como "Clarissa pegou um bombom numa caixinha de uma mesinha". Ora, se eu entregasse uma tradução dessas com certeza seria o fim precoce de uma talvez promissora carreira. Mas dei um jeitinho brasileiro e a frase ficou palatável. Enfim, fiz das tripas coração na fatídica semana e com o coração na mão enviei o e-mail com o arquivo. Demorou alguns dias e recebi acho que talvez o e-mail mais querido que um(a) editor(a) pode enviar a um tradutor iniciante: "a tradução tá muito boa". Com esse empurrãozinho, e depois em janeiro com a publicação de Daisy Miller, vamos dizer que eu me atirei com todo o ânimo possível e imaginável à tarefa. Que não foi assim tão fácil quanto as pessoas podem imaginar. Traduzir Agatha Christie? Moleza. Hum... Mas é melhor ainda não entrar nesse mérito. Vou me deter ao livro em questão. A teia da aranha, por ser material adaptado do teatro, é carregado de trocadilhos, expressões idiomáticas e tudo que é jogo de palavra possível e imaginável. Mas como tudo vale a pena quando a alma não é pequena, e, principalmente, quando se tem um dicionário Houaiss e sua bendita lista de sinônimos, cumpri a deadline e, o que é melhor, criei um método particular de traduzir e revisar minhas traduções. Meio demoradinho, mas até hoje o utilizo. Outras ferramentas que utilizei durante o trabalho foi a leitura das traduções da Barbara Heliodora de Testemunha da acusação e outras peças e também de um livro de contos policiais, O cobrador, de Rubem Fonseca. De todo esse esforço, o resultado pode ser conferido no pocket L&PM 710. Ilustram este post a capa das primeiras edições e também a nova capa (o livro já teve inúmeras reimpressões desde o lançamento). Como a voz do povo é a voz de Deus, destaco a opinião da leitora Kriss Ximenes, da comunidade do Orkut Agatha Christie Brasil: "Adorei esse livro. Foi o único q li de uma só vez. Nem vi o tempo passar... Adorei a Clarissa. Uma personagem bem cativante. A escrita tem leveza e torna a leitura bem prazerosa."
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